O Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário de Rondônia (GMF), juntamente com o Tribunal de Justiça do Acre e GMF Acre, visitaram o polo moveleiro e a fábrica de instrumentos musicais do Instituto de Administração Penitenciária (Iapen) para conhecer os projetos de ressocialização que são desenvolvidos no local.
Além da oficina de luthieria, onde os detentos aprendem a fazer instrumentos musicais, o espaço também conta com uma fábrica de móveis, onde os próprios detentos, já profissionalizados, produzem móveis, decorações, e outros itens feitos de madeira.
O Iapen tem trabalhado em parceria com o Judiciário para garantir a continuidade desse e de outros projetos de ressocialização que são desenvolvidos no Acre, é o que explica Tiênio Costa, diretor operacional do Iapen: “Para a gente é bastante gratificante todo esse apoio do Judiciário e do GMF, que têm disponibilizado recursos e fortalecido cada dia mais essa parceria com o Instituto de Administração Penitenciária”.
O diretor ressaltou, ainda, que é importante a visita do GMF de Rondônia ao Acre, assim como a troca de experiências dos dois lados: “O GMF de Rondônia está vindo e buscando o que hoje é referência no nosso estado. Essa troca de práticas é essencial a nós também. O que tem dado certo em outros estados, tudo que é referência a outros estados, a gente tem que buscar trazer para a nossa realidade também”.
O desembargador José Jorge Ribeiro, integrante do GMF de Rondônia, explica que o trabalho de ressocialização desenvolvido no sistema prisional do Acre é uma forma de devolver a dignidade para as pessoas que estão privadas de liberdade: “Nós só conseguimos construir uma sociedade se tivermos dignidade, se nos sentirmos dignos de pertencer a essa sociedade. Só assim conseguimos construir. Aqui, as pessoas estão readquirindo a dignidade que haviam esquecido que tinham, e essa dignidade se adquire pela força do próprio trabalho. Quero dar parabéns a essa equipe toda, que tem incentivado e permitido que um trabalho dessa forma seja realizado”.
A desembargadora Regina Ferrari, presidente do TJAC, ressaltou a importância de que os detentos possam se profissionalizar e terem a chance de um recomeço: “Essa experiência aqui dos nossos reeducandos estarem aprendendo a fazer móveis, e agora com a fábrica de instrumentos musicais, muito colaborará para que eles possam ter um novo começo, cumprindo suas penas com mais dignidade, saindo daqui para uma vida realmente melhor”.
A presidente do TJAC falou, ainda, de como esse compartilhamento de informações entre os estados é necessária: “A cooperação entre os tribunais é de suma importância. Hoje o CNJ Conselho Nacional de Justiça nos anima para que sempre possamos fazer essa troca de experiências. O mundo só evolui se todos cooperarem”.