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Acre é destaque no Campeonato Brasileiro Intermediário de Bocha Paralímpica: ‘Podemos chegar ao topo’, diz atleta

O significado do termo “superação”, que no dicionário faz referência à resiliência e evolução à evolução humana, amplia-se diante de trajetórias de vida como o de Rita de Cássia Andrade, natural de Tarauacá, que entrou para a história com a conquista da medalha de prata no Campeonato Brasileiro Intermediário da Bocha Paralímpica. A competição, que é praticada por atletas com alto grau de paralisia cerebral ou deficiências graves, foi realizada no início deste mês em São Paulo (SP).

“Toda vez que não dava e a gente chegava muito perto da conquista era frustrante. Mas isso serve como estímulo para continuar a preparação, com o foco de galgar o que Deus tinha nos reservado no futuro”, relata o atleta.

Rita de Cássia é a primeira mulher acreana medalhista no Campeonato Brasileiro Intermediário da Bocha Paralímpica. Foto: cedida

No contexto de vida de “Ritinha”, como carinhosamente o desportista é chamado entre familiares e amigos, superar-se é um ato de ressignificação da vida, em que as limitações do próprio corpo se transformam em combustível para usufruir dos dias realizando o que mais gosta: movimentar-se. “O esporte transformou a minha vida”, avalia.

A medalha inédita veio na categoria BC1 feminina. “Desde quando comecei a competir na bocha, chegar ao pódio de um campeonato brasileiro sempre foi um sonho que parecia muito distante. Lá [nas competições nacionais] os atletas são incrivelmente bons. São, portanto, os melhores do Brasil, de verdade. Sempre foi muito difícil chegar e permanecer no topo”, destaca Ritinha.

Ritinha: “É uma forma de mostrar que o Acre tem condições de chegar ao topo”. Foto: cedida

Levar a bandeira acreana ao pódio do esporte paralímpico brasileiro é um feito de valor imensurável à cruzeirense. “Eu sou mesmo vice-campeão do Campeonato Brasileiro Intermediário? Ainda não consigo acreditar, pois sinto uma sensação inexplicável, especialmente quando se leva em consideração o fato de que o Acre é muito subestimado no Brasil. Então, ter chegado a esse pódio, levando a nossa bandeira, é uma forma de mostrar que o nosso estado também tem potencial de alcançar o topo”, afirma.

Com apoio, sonhos se transformam em realidade

As tentativas se iniciaram em 2017, ano em que Ritinha garantiu, pela primeira vez, vaga na competição nacional. De lá para cá, foram inúmeras as buscas pelo pódio. Um sonho que se concretizou com muita dedicação e apoios fundamentais, entre eles, do governo do Acre, por meio da Secretaria Extraordinária de Esportes e Lazer.

“O apoio do Estado foi essencial, pois nos disponibilizou equipes muito sensíveis a nos auxiliar em tudo que precisávamos. A gente só tem a agradecer e dizer ao governador Gladson Cameli que um pedacinho dessa medalha também é dele”, profere a técnica Uany Mendes.

Apoios do governo do Estado, da Prefeitura de Cruzeiro do Sul e demais patrocinadores ajudaram a transformar o sonho em realidade. Foto: cedida

O governante acreano celebrou a conquista e reafirmou o compromisso de sua gestão com o desenvolvimento do esporte. “É uma honra saber que temos atletas de grande potencial no nosso estado e que nos orgulhamos, colocando a bandeira do Acre num lugar de destaque. Isso é o motivo ainda mais para seguir investindo no esporte, que é um caminho para a realização de projetos de vida e uma ferramenta que nos ajuda no processo de desenvolvimento de nossa sociedade. Todos os acreanos estão felizes com a sua conquista, Ritinha”, parabenizou Gladson Cameli.

A Prefeitura de Cruzeiro do Sul, além dos patrocínios do Labsul Diagnósticos, Chico Gatão, Lounder, Fisio Mais e Associação Paradesportiva Acreana (APA) completam as parcerias do atleta.

Uma competição

A competição é realizada no país desde 2021, com o objetivo de premiar, além dos primeiros apresentados, os atletas que ficam nas posições competitivas, ou seja, os competidores que ficam entre a quarta e sétima posição, com acesso ao programa Bolsa Atleta do governo federal na categoria nacional.

Com a conquista, Ritinha teve acesso ao programa do governo federal Bolsa Atleta. Foto: cedida

“É um incentivo do Ministério do Esporte para ajudar tanto o atleta quanto o seu técnico. A gente se enche de alegria, porque as premiações são frutos de muita disciplina aplicada durante a preparação, que dura o ano inteiro”, explica Ritinha.

Projetos futuros

Com 29 anos, Ritinha é formada em Letras-Português pela Universidade Federal do Acre (Ufac) e atua como ativista na causa de pessoas com deficiência (PcD), além de ser colunista de um jornal local, escrevendo sobre o tema.

Ao lado da técnica Uany Andrade, Ritinha falou de projetos futuros: “Quero chegar à seleção brasileira”. Foto: Marcos Santos/Secom

A medalhista, que foi criada pelas avós e desde a tenra idade aprendeu a lidar e superar medos e desafios, relata quais são os seus projetos futuros. “Quero seguir evoluindo, pois a minha meta agora é compor o grupo de atletas da seleção brasileira de bocha paralímpica. Paralelamente, planejo escrever um livro e viajar o mundo como palestrante de pessoas com deficiência”, enfatiza.

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