A estudante de Medicina da Universidade Federal do Acre (Ufac), Assúria Mesquita, voltou ao centro das atenções após declarações polêmicas sobre o povo acreano nas redes sociais. Mesmo tendo publicado uma nota de retratação, suas falas geraram grande repercussão e levaram o Ministério Público do Acre (MPAC) a instaurar uma notícia de fato criminal para apurar possível prática de xenofobia.
Em publicações no X (antigo Twitter), Assúria, que é natural do Acre, usou termos ofensivos como “sebosos” para se referir aos conterrâneos e insinuou que a população do estado precisa ser estudada por geneticistas. As falas foram consideradas preconceituosas e ofensivas à identidade regional, provocando repúdio de entidades como o Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed-AC).
A situação ganhou ainda mais destaque pelo fato de Assúria ser filha de Assubanípal Barbary Mesquita, atual secretário de Indústria, Ciência e Tecnologia do Acre, que se manifestou publicamente demonstrando solidariedade à população ofendida pelas declarações da filha.
O MPAC explicou que, conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ), atitudes discriminatórias baseadas na origem nacional podem ser enquadradas como crime de racismo, com base na Lei nº 9.459/97. O promotor Thalles Ferreira afirmou que o objetivo da investigação é esclarecer o contexto das declarações e verificar se há elementos suficientes para configurar o crime de xenofobia.