O Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen) concluiu, nesta terça-feira, 9, em Rio Branco, a formação em justiça restaurativa, com a participação de 23 servidores, entre policiais penais e profissionais da administração da instituição.
A capacitação está alinhada ao Plano Estadual Pena Justa, que está sendo elaborado pelo Iapen, em consonância com o plano nacional coordenado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), em parceria com o programa Fazendo Justiça. O plano tem como metas a humanização das penas, a redução da superlotação prisional, a valorização das carreiras dos servidores e a reintegração social das pessoas privadas de liberdade.

Com início no dia 3, o curso foi ministrado por palestrantes nacionais e contou com uma primeira fase remota, seguida de atividades presenciais. O objetivo foi apresentar práticas restaurativas que possam ser aplicadas no cotidiano das unidades prisionais, fortalecendo a convivência entre equipes e promovendo novos caminhos para a ressocialização das pessoas privadas de liberdade.
Segundo a instrutora Sabrina Paroli, a partir do treinamento, os participantes desenvolverão projetos para aplicar os conceitos aprendidos tanto nas equipes de trabalho quanto no contato com apenados. “O ambiente da prisão é muito violento para todas as pessoas que estão ali. O objetivo desse projeto é justamente trabalhar a convivência, estimulando relações mais conscientes e colaborativas”, explicou.
Para a policial penal Sandra Andréia Souza, a formação foi uma experiência transformadora: “No início, pensei que seria ‘mais do mesmo’, mas logo compreendi que a essência do curso é a reparação do dano e a responsabilização do indivíduo infrator. Isso me fez acreditar no potencial da justiça restaurativa não só dentro do sistema, mas também na minha vida pessoal”.

Já a coordenadora da Central Integrada de Alternativas Penais (Ciap) de Cruzeiro do Sul, Nayana Neves, destacou a importância da formação para o fortalecimento das políticas institucionais. “Esse curso busca humanizar o sistema e oferecer novas oportunidades às pessoas privadas de liberdade. É um cuidado que a instituição está tendo com os servidores”, afirmou.

O presidente do Iapen, Marcos Frank Costa, ressaltou que a capacitação reflete diretamente na qualidade dos serviços prestados: “Um servidor motivado oferece um serviço melhor. Apostamos na justiça restaurativa porque acreditamos que é um caminho que pode fazer a diferença tanto para os servidores quanto para o sistema como um todo”.