Os alunos das terceiras séries do ensino médio da Escola Henrique Lima, de Rio Branco, participaram, no auditório do Tribunal Regional Eleitoral do Acre (TRE-AC), de uma atividade que simula a rotina acadêmica vivida na universidade: a apresentação pública de trabalhos de pesquisa.

O seminário é resultado da Rota de Linguagem, projeto desenvolvido ao longo do ano letivo, em que os estudantes redigiram textos, construíram argumentos, levantaram referências e transformaram experiências pessoais em pequenas investigações, uma espécie de minimonografia que introduziu os jovens ao método científico e à defesa de ideias diante de uma plateia.
De acordo com o professor Rogério Aguiar, responsável pela Rota de Linguagem, os temas foram definidos no início do ano e cada grupo contou com um orientador para auxiliar no desenvolvimento da pesquisa. As abordagens incluíram participação estudantil, questões sociais, práticas escolares e narrativas pessoais. “O objetivo foi trazer uma introdução de como vai ser o ambiente acadêmico, no ensino superior”, explica.

Entre as apresentações, quatro estudantes compartilharam como experiências pessoais influenciam a vida escolar e as escolhas profissionais. Entre eles, Isabella de Oliveira relatou como o projeto permitiu transformar parte de sua trajetória familiar em objeto de estudo e escrita.
“Foi muito desafiador, porque expusemos coisas muito pessoais”, contou a estudante, que pretende cursar Enfermagem e se inspira na história da mãe. “Minha mãe sempre trabalhou na área da limpeza, mas o sonho dela era atuar na saúde. Quando engravidou de mim, teve que começar a trabalhar. Ela sempre foi minha mãe e meu pai, cuidou de mim sozinha e é meu maior orgulho”, relatou.

Além das pesquisas, o seminário contou com estudantes envolvidos na organização, que incluía cerimonial, edição de vídeos, registro das apresentações, mediação e apoio aos grupos. Um dos responsáveis pela área de mídia foi Ítalo Macedo, que conciliou a função com o estudo para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). “Foi uma experiência muito enriquecedora. Vamos levar para a vida”, afirma.
A atividade recebeu ainda ex-alunos da escola que hoje cursam o ensino superior e retornaram para falar com as turmas. Beatriz Alves, acadêmica de História da Universidade Federal do Acre (Ufac) e participante da mesma rota no ano passado, compartilhou sua vivência na escola, destacou o apoio recebido da gestão e relatou como foi o ingresso na universidade. “Foi gratificante estudar na Henrique Lima, uma escola que sempre incentivou muito a gente em todas as áreas”, destacou.

Para o gestor Roberval Rodrigues, o evento atende a uma demanda pedagógica da instituição: “É um trabalho que vai além da rota. Eles aprenderam sobre organização, pesquisa e eu, sem medo de errar, digo que depois desse trabalho estão preparados para qualquer trabalho de conclusão de curso na universidade”.
Atualmente, a Escola Henrique Lima atende cerca de 680 estudantes na região do Calafate, sendo cerca de 150 deles matriculados na 3ª série do ensino médio.


