O Acre figura entre os estados com os piores índices de gestão hídrica do país, desperdiçando 62,25% de toda a água tratada antes mesmo que ela chegue às torneiras dos consumidores. Segundo o “Estudo de Perdas de Água 2025”, realizado pelo Instituto Trata Brasil, esse volume equivale ao esvaziamento de 54 piscinas olímpicas todos os dias. O desempenho negativo coloca o estado na terceira pior posição do ranking nacional, atrás apenas de Alagoas e Roraima, e evidencia um gargalo que impede o abastecimento regular para mais de 204 mil pessoas.
A análise detalhada dos dados mostra um cenário crítico tanto no estado quanto na capital. O Acre registra o segundo pior índice de perdas por ligação do Brasil, com mais de mil litros desperdiçados diariamente por ponto. Se o estado atingisse a meta federal de reduzir as perdas para 25%, a água economizada seria suficiente para abastecer mais de 200 mil habitantes. Em Rio Branco, a situação reflete essa gravidade: a capital ocupa a 96ª posição entre os 100 maiores municípios avaliados, perdendo 56,06% de sua produção.
O levantamento também aponta uma estagnação preocupante, sem melhoras significativas nos indicadores entre 2019 e 2023. As causas para esse desperdício massivo — que poderia encher 179 mil caixas d’água residenciais todos os dias — estão atreladas a problemas estruturais crônicos, como vazamentos, redes de distribuição antigas, ligações clandestinas e falhas operacionais que continuam distantes das metas regulatórias estabelecidas.
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