Os poderes constituídos da República, através de seus representantes máximos, estiveram reunidos em Brasília na tarde desta segunda-feira (09), com o propósito de avaliar os acontecimentos políticos das últimas 48 horas no país e seus respectivos desdobramentos.
Se de fato são poderes constituídos, e assim nós cremos, seus chefes tem a obrigação legal, o dever moral, e plena capacidade de conduzir o Brasil ao restabelecimento da ordem e da paz social. Para isso já existem os instrumentos necessários.
Mas neste momento exige-se de cada um o comprometimento máximo com a democracia que tanto defendem.
Os mecanismos que garantem o funcionamento do regime, bem como suas bases, não podem ser vítimas de sobreposições ideológicas, nem de interpretações eivadas de sentimentos extremados, não importando qual seja o lado do espectro.
Os ilícitos devem ser tratados estritamente dentro da legalidade, sob pena de igualar-se a quem os comete, quem os deveria impedir.
Excessos devem ser registrados sob o ponto de vista da neutralidade, e apenas reconhecer-se como tal não é, necessariamente, sinônimo de legitimidade para tanto.
Os retrocessos alcançados até aqui envergonham a nação brasileira perante a si mesma e ao mundo. Mas os incautos podem estar em qualquer posição, do contrário não se teria perdido o controle institucional do país.
Indivíduos são a base de uma nação. Ideais comuns podem unir a todos em uma mesma direção, mas sentimentos extremados podem desviá-los do caminho do progresso e conduzi-los à ruína, se não houver quem os guie.
Não se faz uma guerra sem um oponente, da mesma forma que não se faz a paz sem o diálogo. Cabe a quem conduz os rumos da nação firmeza para conter o caos, e temperança para não usar do arbítrio e aprofundá-lo.
É hora de romper a inércia, estabelecer limites e assumir responsabilidades. Tudo foi dito, tudo foi mostrado, sabemos quem são os culpados. Temos que encontrar inocentes. Eles nos ajudarão a sair do caos. Se cada um fizer a sua parte, a democracia não morrerá.
Acre Jornal