sexta-feira, 26 julho 2024

Anatel considera construção de usina no Ceará “indesejável e imprudente” devido a riscos à internet no Brasil

O projeto de uma usina de dessalinização na Praia do Futuro, em Fortaleza (CE), gerou polêmica após a aprovação das obras pela Superintendência do Patrimônio da União (SPU-CE) na última quarta-feira (20). A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e operadoras de internet expressam preocupações, alegando que a construção pode romper cabos submarinos, afetando os serviços de internet no Brasil.

A Anatel classificou a construção como “indesejável e imprudente”, afirmando que o projeto da SPE – Águas de Fortaleza não considerou riscos e não seguiu recomendações do International Cable Protection Committee (ICPC). O órgão destaca que a região em questão abriga cabos submarinos essenciais para as telecomunicações e a conexão de internet no Brasil.

Os pontos citados pela Anatel para reprovação do projeto incluem:

  1. Essencialidade dos cabos submarinos para as telecomunicações e internet no Brasil;
  2. Ancoragem dos cabos na região há décadas;
  3. Complexidade e lentidão nos reparos de falhas nos cabos;
  4. Tendência de substituição ou adição de cabos devido ao aumento constante no tráfego de internet;
  5. Ausência de estudos e planos detalhados para evitar interferências nos cabos pela usina.

A Anatel reitera sua oposição ao projeto atual e recomenda a alteração do local da construção, considerando outras opções avaliadas como possíveis.

A previsão é que as obras da usina iniciem em março de 2024, com conclusão prevista para o primeiro semestre de 2026. O governo do Ceará afirma que a usina aumentará em 12% a oferta de água na região metropolitana de Fortaleza, transformando água do mar em água potável.

A construção segue em análise pela União, dependendo da avaliação de outros órgãos federais. A capital cearense é estratégica para a conexão de cabos de internet devido à sua proximidade com a Europa, África e Américas, sendo fundamental para o funcionamento da internet no Brasil. As operadoras e associações do setor expressam preocupações quanto aos riscos apontados pela Anatel.

Por G1

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