
O bebê José Pedro, que havia sido declarado morto pela Maternidade Bárbara Heliodora, em Rio Branco, e chorou no próprio velório, faleceu na noite deste domingo (26). A Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) confirmou que a causa da morte foi choque séptico e sepse neonatal, decorrentes de uma infecção generalizada. Em resposta ao caso, a Polícia Civil instaurou um inquérito nesta segunda-feira (27) para analisar os protocolos médicos e não descartou a possibilidade de indiciar os profissionais envolvidos por homicídio culposo.
A investigação focará em apurar se houve negligência, imperícia ou culpa no atendimento, analisando todos os prontuários, exames e depoimentos da equipe médica, que já foi afastada pela Sesacre. O recém-nascido, que tinha apenas cinco meses de formação e pesava 525 gramas, passou cerca de 13 horas no necrotério refrigerado após o primeiro atestado de óbito, emitido na sexta-feira (24). O diretor do IML, Ítalo Maia, explicou que, em casos de prematuridade extrema, os sinais vitais podem ser “tão discretos” que nem sempre são percebidos visualmente.
A Sesacre lamentou o falecimento e afirmou que “todos os esforços possíveis foram realizados”, mas destacou que o sistema imunológico fragilizado do bebê aumentou a vulnerabilidade à infecção. Embora a chamada “Síndrome de Lázaro” (retorno de sinais vitais após reanimação) tenha sido mencionada, os delegados Alcino Ferreira Júnior e Pedro Paulo Buzolin pediram cautela, afirmando ser “muito precoce” fazer qualquer julgamento antes da conclusão do inquérito, prevista para 30 dias.


