sábado, 6 julho 2024
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Coletivo de teatro LGBT+ vence prêmio nacional com peça sobre trans morta a pauladas no Acre

O resultado do concurso, promovido pelo Ministério da Cultura, por meio da Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural (SCDC), foi divulgado no último sábado (29).

Através do espetáculo “Faces Distópicas”, representando as várias fases da transfobia e de distopia social, que atravessam o corpo vivo de pessoas trans e travestis na sociedade brasileira, a diretora Brenn Souza inscreveu a peça que retrata a violência vivida pela comunidade.

“É um espetáculo que fala sobre um pouco da vivência de Fernanda Machado, que foi uma travesti aqui de Rio Branco, que foi assassinada em 2020, a pauladas na Rua Minas Gerais. E a partir disso, eu, enquanto dramaturga e atriz do espetáculo, decido montar esse texto, essa dramaturgia, em memória de Fernanda e falar sobre a vivência de pessoas trans e travestis na sociedade brasileira. E aí transita entre a loucura, a sanidade, o real e a ficção”, explica ela.

De acordo com Brenn, a peça revela as várias faces da transfobia. Esse é um espetáculo de teatro juvenil e adulto, e tem a classificação indicativa de 16 anos.

Além da direção de Brenn, “Faces Distópicas” tem codireção de Kika Sena, produção de Sarah Bicha, figurino e cenografia feitos pelo Coletivo Es Tetetas, iluminação de Kika Sena, sonoplastia de Bia Berkman e fotos de divulgação de Henrique de Almeida.

A diretora conta que a inscrição da peça que levou a coletiva ao primeiro lugar, aconteceu após amigos indicarem o prêmio. Com isto, o coletivo recebe uma compensação financeira para que elas apresentem seu espetáculo e deem uma oficina de iniciação teatral para a população, de forma gratuita.

“Através da nossa rede amigues, que conhecem o nosso trabalho e história da coletiva para com as pautas LGBTQIAPN+, nos disseram [sobre o prêmio] e foi nesse processo que a gente conseguiu escrever. Já temos data de execução do projeto, inclusive, do espetáculo, é dia 10 e 17 de agosto, com uma oficina para a iniciação teatral no dia 24 de agosto”, explica Brenn.

Segundo a diretora, além de executar o que foi proposto no projeto, o prêmio também serve para a manutenção do fazer político-cultural da coletiva e de todos os grupos e coletivos que foram premiados com o Sergio Mamberti no Brasil. A oficina para a iniciação teatral acontecerá no dia 24 de agosto e o espetáculo será apresentado nos dias 10 e 17/08, no Teatro Barracão Matias, na Sobral.

Coletivo ‘Es Tetetas’

A coletiva é um agrupamento de artistas LGBTQIAPN+ que atua na cena cultural de Rio Branco desde 2018, tendo iniciado suas atividades na Universidade Federal do Acre (Ufac) com estudantes do curso de Artes Cênicas. Este é o primeiro do Acre para a comunidade.

“A Coletiva nasce da necessidade de trazer para o teatro acreano discussões que envolvem a temática LGBTQIAPN+ no intuito de ocupação dos palcos e rua, a partir da ideia de que nada deve ser falado sobre nós, sem nós. Articulando nossas lutas e elaborando estratégias de sobrevivência nos dias atuais”, finaliza.

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