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Coopercintra Impulsiona Bioeconomia com Produção Sustentável de Murumuru no Acre

A Cooperativa dos Produtores de Agricultura Familiar e Economia Solidária de Nova Cintra (Coopercintra), localizada em Rodrigues Alves (AC), atua como exemplo de bioeconomia ao transformar o murumuru em fonte de renda sustentável para comunidades rurais. Com produção anual de 20 toneladas de manteiga de murumuru, destinada a grandes empresas de cosméticos, a cooperativa envolve 53 comunidades no Acre e no Amazonas. O trabalho, que já dura 14 anos, prioriza o fortalecimento das famílias extrativistas, a preservação ambiental e a participação feminina, que representa 30% da diretoria.

O murumuru, palmeira nativa da Amazônia, é colhido de forma sustentável, respeitando o ciclo natural. Após a coleta, as amêndoas passam por descasque manual, secagem e prensagem, resultando em uma manteiga rica em propriedades hidratantes e valorizada pela indústria da beleza. A agroindústria funciona na sede da cooperativa com apoio da Natura e do governo do Acre, por meio da Funtac, que fornece espaço, capacitação e tecnologias para aprimorar a qualidade do produto. Nada se perde: a casca é reaproveitada na olaria e os resíduos viram ração.

A valorização do extrativismo é defendida por trabalhadores como Cleisson Oliveira e Antônio Carlos da Costa, que destacam a importância da preservação da palmeira para garantir a continuidade da renda. Além da extração, a Coopercintra investe no reflorestamento, em parceria com a SOS Amazônia, fortalecendo cadeias produtivas e aproximando espécies nativas das áreas habitadas. A meta é expandir o cultivo de murumuru e outras culturas como açaí, cacau e graviola.

A Funtac contribui com equipamentos, cursos de capacitação e estratégias de comercialização, envolvendo parceiros como a Ufac e o Sebrae. O suporte inclui técnicas de coleta, armazenamento, produção, além de orientações sobre marketing e embalagens, consolidando um modelo de economia sustentável com potencial de reconhecimento internacional.

Em junho, o governo do Acre marcou um avanço histórico ao pagar diretamente, pela primeira vez em quase 30 anos, a subvenção da borracha e do murumuru na conta dos extrativistas. A medida, prevista em lei, elimina burocracias e agiliza o repasse, beneficiando mais de 70 trabalhadores no projeto piloto. O objetivo é ampliar essa forma de pagamento, garantindo mais dignidade, segurança e agilidade a quem mantém viva a floresta e a cultura extrativista.

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