sexta-feira, 26 julho 2024

Dengue: seis pontos sobre a doença que se tornou epidemia no Brasil

Com mais de 715 mil casos registrados e ao menos 135, o Brasil vive uma epidemia de dengue. A doença é caracterizada por ser uma condição infecciosa viral que faz parte de um grupo de patologia indicada arboviroses que representa um grande problema de saúde pública não só por aqui, mas em vários países da América Latina.

Diante do quadro crítico da dengue vívido em seis estados e no Distrito Federal, destacamos algumas dúvidas comuns relacionadas à doença. As informações são do blog Vida Saudável, do Hospital Albert Einstein.

1. Qualquer pessoa pode ser contaminada?

Pessoas de qualquer idade podem se contaminar, porém, como mulheres grávidas, pessoas com mais de 65 anos, indivíduos com doenças crônicas (como diabetes e hipertensão) e crianças até dois anos têm risco de desenvolver uma forma mais grave da doença e até mesmo outras complicações.

Importante ressaltar que o mesmo mosquito da dengue também pode causar outras arboviroses, como Chikungunyia e Zika. Por isso, é tão importante o diagnóstico correto e o auxílio médico.

2 – Como ocorre a transmissão?

O vírus é transmitido pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti, um mosquito urbano e diurno que se reproduz principalmente em depósitos de água limpa e parada.

O vírus possui quatro sorotipos diferentes: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. Segundo o Ministério da Saúde, a transmissão por via vertical (de mãe para filho durante a gestação) e por transfusão de sangue é extremamente rara.

3 – Quais são os sintomas?

Nem sempre uma pessoa contaminada com dengue desenvolverá sintomas – ela pode ser totalmente assintomática ou apresentar um quadro leve.

Se uma pessoa apresentar febre alta repentinamente (entre 39oC e 40oC) acompanhada de pelo menos dois desses sintomas, deve procurar um serviço de saúde para diagnóstico:

  • Dor de cabeça intensa
  • Dor atrás dos olhos
  • Dor nas articulações ou nos músculos
  • Prostração

Passada a fase crítica da dengue, o paciente entra na fase de recuperação. Mas atenção: se após o declínio da febre (entre o 3º e 7º dias do início da doença), outros sinais continuarem presentes, é preciso buscar novamente o serviço de saúde porque eles podem indicar a evolução para uma forma grave da doença e a piora do quadro:

  • Dor abdominal intensa e contínua
  • Náuseas e vômitos persistentes
  • Manchas vermelhas pelo corpo (hemorragias)
  • Acúmulo de líquido nas cavidades corporais
  • Sangramento de mucosas
  • Letargia e irritabilidade

4 – Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico da dengue é basicamente clínico, com base nas manifestações clínicas apresentadas pelo paciente.

Quando o paciente procura um pronto-socorro, ele faz um teste rápido que identifica apenas se é positivo ou negativo para dengue. No entanto, o diagnóstico correto com identificação específica do tipo do vírus é feito somente em laboratórios

públicos especializados – são eles que conseguem identificar os principais sorotipos do vírus que estão circulando (como o Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo).

Ao passar pelo atendimento, é importante informar ao médico se o paciente foi vacinado ou não contra a dengue.

5 – Qual o tratamento?

Não existe um medicamento específico para o vírus da dengue – o tratamento é baseado principalmente na reposição de líquidos e no controle de sintomas. Por isso é recomendado:

  • Repouso enquanto durar a febre
  • Ingestão de líquidos
  • Uso de paracetamol ou dipirona em caso de dor ou febre
  • Interrupção do uso de AAS (ácido acetil salicílico) e de antiinflamatórios não hormonais (como diclofenaco, ibuprofeno, etc) para minimizar o risco de sangramento
  • Retorno ao serviço de saúde em caso de piora dos sintomas ou quando o médico orientar que o paciente deve retornar para reavaliação

Em geral, como a maioria dos casos serão leves, a recuperação completa acontece em cerca de 10 dias.

6 – Posso ter dengue várias vezes?

Sim. Como existem 4 sorotipos diferentes da doença, uma pessoa pode se contaminar até quatro vezes ao longo da vida – cada vez por um dos sorotipos.

A recuperação da infecção por um sorotipo proporciona imunidade vitalícia apenas contra ele. Ao ser contaminado novamente por qualquer um dos outros sorotipos da dengue, o risco de desenvolver dengue hemorrágica, que é a forma mais grave da doença, aumenta.

Por Catraca Livre

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