O número de mortes violentas intencionais chegou a 214 no Acre em 2023, de acordo com o Anuário da Violência, produzido pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e divulgado nessa quinta-feira (18). O índice representa uma queda de 9,7% em relação a 2022, quando 237 pessoas foram mortas de maneira violenta no estado.
De acordo com o estudo, com base em números repassados por forças policiais, secretarias de Segurança Pública e Ministério Público de todo o país, a taxa de assassinatos a cada 100 habitantes foi de 25,8 no Acre. Com isso, mesmo com a redução em relação ao total de 2022, o estado ainda tem a taxa acima da média nacional, que foi de 22,8.
Do total de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) no Acre, o anuário aponta que a maior incidência foi de homicídios, no qual há intenção de matar: foram 190 casos neste recorte. Outras cinco mortes ocorreram por latrocínio (roubo seguido de morte) e quatro por lesão corporal seguida de morte.
Pelo menos 15 mortes foram registradas em decorrência de intervenção policial. Não constam números sobre policiais vítimas de CVLI em 2023.
Com este total, o Acre foi o sexto colocado entre os estados com maior número de assassinatos na região Norte, à frente apenas de Roraima, que teve 177 casos. O ranking é liderado pelo Pará, onde 2662 pessoas tiveram mortes violentas intencionais em 2023.
O anuário também revelou que o Acre teve 87 mortes a esclarecer sem indício de crime em 2023, o que dá um aumento de 52,6% em relação a 2022, quando foram 57 casos desse tipo.
Variação
O anuário reúne dados de CVLI desde 2011 até o ano passado. Neste recorte, o número de mortes violentas no Acre cresceu 44,5%, saindo de 148 no primeiro ano do levantamento.
Em relação ao período de 10 anos, entre 2014 e 2023, a variação foi de 0,46%, já que naquele ano foram 213 casos. O pico, segundo o estudo, foi em 2017, quando o estado acumulou 531 mortes.
Feminicídios
O Acre teve 10 mulheres mortas em razão de seu gênero em 2023. Conforme o anuário, o número significa um caso a mais do que em 2022, quando foram nove mulheres mortas nessa condição, o que representa um aumento de 11%. O Acre teve a terceira maior taxa de feminicídios a cada 100 mil habitantes do país, com 2,4, atrás de Rondônia (2,6) e Mato Grosso (2,5), e empatado com o Tocantins. A taxa nacional foi de 1,4 feminicídios a cada 100 mil habitantes.
Outro número preocupante em relação a feminicídios abordado pelo estudo é a proporção desses casos em relação aos homicídios de mulheres em geral em 2023. Essa proporção ficou em 66,7% no ano passado, percentual que fica atrás apenas do Ceará, que teve 70%.
Nessa análise, o Acre ficou na quinta colocação entre os estados da região Norte, à frente apenas de Amapá Roraima (6 feminicídios) e Amapá (4 feminicídios)
No total, 15 homicídios de mulheres foram registrados, uma queda de 28,6% em relação a 2022, quando foram 21 casos. Isso significa que o Acre cresceu no registro de feminicídios mesmo reduzindo os assassinatos totais de mulheres.