O Acre decretou, no dia 11 de junho, emergência ambiental por causa da redução da quantidade de chuvas e riscos de incêndios florestais. O decreto de nº 11.492 foi publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) e é válido para os 22 municípios acreanos. Até esta quarta, foi registrado 1,20 milímetros de chuva em Rio Branco, sendo que o esperado é de 60 milímetros.
O decreto, assinado pela governadora em exercício Mailza Assis, institui, de forma temporária, o gabinete com o objetivo de enfrentar os prejuízos, concretos ou potenciais, decorrentes desse cenário.
“Fica o Gabinete de Crise autorizado a promover debates e convidar agentes públicos e representantes de instituições públicas e privadas para participar de suas reuniões, sem direito a voto”, diz o decreto.
O gabinete de crise será coordenado pela Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil, e será composto por representantes dos seguintes órgãos, a serem indicados pelas:
- Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil;
- Secretaria de Estado de Governo;
- Secretaria de Estado da Casa Civil;
- Secretaria de Estado do Meio Ambiente;
- Secretaria de Estado de Comunicação;
- Secretaria de Estado de Planejamento;
- Secretaria de Estado de Agricultura;
- Secretaria de Estado de Saúde;
- Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública;
- Secretaria de Estado de Indústria, Ciência e Tecnologia;
- Secretaria de Estado de Obras Públicas;
- Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos;
- Secretaria de Estado Extraordinária dos Povos Indígenas;
- Secretaria de Estado de Educação, Cultura e Esportes;
- Instituto de Meio Ambiente do Acre;
- Instituto de Mudanças Climáticas e Regulação dos Serviços Ambientais;
- Instituto de Terras do Acre;
- Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Acre;
- Fundação de Tecnologia do Estado do Acre;
- Departamento de Estradas de Rodagem, Infraestrutura Hidroviária e Aeroportuária do Acre;
- Serviço de Água e Esgoto do Estado do Acre;
- Procuradoria-Geral do Estado;
- Controladoria-Geral do Estado;
- Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Acre;
- Polícia Militar do Estado do Acre.
Emergência climática
O decreto de emergência, assinado no dia 11 deste mês e que também tem validade até o fim deste ano, aponta para o baixo índice de chuvas para o período, aumento das temperaturas e queda nos percentuais de umidade relativa do ar, além do alerta para possível desabastecimento. A situação alerta para uma possível seca antecipada, já que no ano passado, o decreto de emergência foi publicado em outubro.
O coordenador estadual da Defesa Civil, coronel Carlos Batista, disse ao g1 que o Rio Acre, principal afluente do estado, está com uma média de vazante de 5 centímetros por dia, e que há chances de ocorrer chuvas. No entanto, são rápidas e passageiras, o que pode contribuir para que cotas mais baixas sejam registradas neste mês e em julho. Nesta quarta-feira (26), o manancial marcou 1,79 metros às 6h.
“Tem uma previsão de temperaturas mais altas durante esse período, então o somatório disso tudo é a vegetação mais seca e aí, vem uma maior probabilidade de incidência de incêndios florestais. Quando se deflagra o incêndio florestal, a tendência é de se propagar com maior rapidez. Nós temos redução dos mananciais e com essa redução, dificulta um pouco a captação de água. Então há todo esse problema na agricultura, na pesca”, complementou.
Veja medições do Rio Acre em junho de 2024
Manancial apresentou subida apenas uma vez em Rio Branco
Fonte: Defesa Civil Municipal
Ainda segundo Batista, um plano estadual de contingenciamento foi elaborado para este período de seca. No entanto, não especificou o que está sendo planejado.
“Todas as defesas civis municipais também já enviaram pra gente o plano de contingência e a gente está nessa preocupação dessa força-tarefa bem articulada com comando unificado, envolvendo os três níveis de governo pra que a gente venha amenizar, reduzir os impactos do efeito de uma seca, de uma estiagem prolongada, mais para aquelas populações que são mais afetadas”, comentou.
Seca antecipada
Pouco mais de dois meses após o Rio Acre, em Rio Branco (AC), alcançar a segunda maior cota histórica e atingir mais de 70 mil pessoas com uma enchente devastadora, o manancial chegou a ficar abaixo dos 4 metros desde o início de abril. A situação alerta para a possibilidade de um período de seca que, segundo especialistas, pode se antecipar e se tornar cada vez mais frequente em um menor espaço de tempo.
É preciso entender ainda que as chuvas na região precisam estar dentro da normalidade para o rio poder correr normalmente, o que não está sendo o caso do Rio Acre. Neste mês, até esta quarta-feira (26), foi registrado 1,20 milímetros, sendo que o esperado é de 60 milímetros.