O governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Agricultura (Seagri), realiza nesta terça e quarta-feira, 2 e 3, no auditório do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), em Rio Branco, uma oficina para a elaboração do Plano ABC+ (Agricultura de Baixo Carbono). A iniciativa faz parte da estratégia nacional coordenada pelo governo federal, que busca alinhar estados e instituições para promover práticas agropecuárias sustentáveis, que reduzam as emissões de gases de efeito estufa (GEE).
A oficina reúne representantes de 25 instituições públicas e privadas, como a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o Mapa. Até o fim de 2025, o plano estadual será finalizado, apresentado em evento nacional e publicado no Diário Oficial para ser aplicado como política pública.

Segundo o secretário adjunto de Agricultura, Edivan Azevedo, o Acre vem construindo há anos seu plano de agricultura de baixo carbono, em consonância com as diretrizes do Ministério da Agricultura. “Estamos na fase final de elaboração, catalogando as iniciativas que já existem e definindo metas até 2030. O desafio é produzir mais em menos área, com baixas emissões de carbono, recuperando áreas degradadas e investindo em tecnologias como a terminação intensiva de bovinos e a produção intensiva de grãos”, afirma.
Para o chefe da Divisão de Desenvolvimento Rural do Mapa, Jorge Hessel, a articulação entre Estado e União é essencial. “Estamos nessa reta final de elaboração do Plano ABC+ Acre, que faz parte de uma estratégia nacional para consolidar práticas de agricultura de baixo carbono. Esse trabalho, com apoio da consultoria da GIZ [Agência de Cooperação Alemã], identifica o que já foi feito e projeta ações até 2030”, explica.

A Embrapa também apresentou soluções já aplicadas no Acre, como destacou o pesquisador Judson Valentim, ao citar um trabalho pioneiro de agricultura de baixo carbono com o uso de pastagens biodiversas, que combinam gramíneas e leguminosas, aumentando a produtividade e reduzindo a necessidade de adubação química. “Esse sistema permite produzir com menor custo, menor emissão de gases de efeito estufa e maior lucratividade para o produtor”, informou.

Já o consultor Renato Rocha, da Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ), reforçou o papel da cooperação internacional na execução do plano: “Nosso objetivo é apoiar o Estado na transferência de tecnologias e na busca de parceiros que viabilizem financeiramente as ações de baixa emissão de carbono, garantindo que o Acre avance em uma agricultura produtiva e sustentável”.

O Plano ABC+ Acre será um marco para a agropecuária local, buscando aliar produção de alimentos e bovinos à preservação ambiental e inovação tecnológica. A expectativa é que as metas estabelecidas até 2030 consolidem o estado como referência em práticas de baixo carbono na Amazônia.