Desde sua chegada ao Acre em 2023, a plataforma Headscon (inicialmente como Gamecon) demonstrou um impacto significativo na região, engajando mais de 13 mil pessoas e alcançando digitalmente quase 300 mil, através de mais de 100 formações oferecidas. O sucesso inicial pavimentou o caminho para a edição de 2025, aberta no Sesc Bosque em Rio Branco, com o objetivo de ampliar esse alcance formativo e consolidar o ecossistema de games local. Entre as novidades anunciadas para 2026 estão uma nova edição no primeiro semestre e a criação do Hub Headscon, um espaço físico dedicado a ações formativas em tempo integral. Marcelo Minucci, coordenador geral, e Ana Paula Rocha, CEO, ressaltam que o foco é usar o ecossistema de games como uma poderosa ferramenta de transformação social e econômica, valorizando a cultura amazônica para gerar impacto e interesse globais.
O compromisso da Headscon com a região Amazônica é reforçado pela mostra competitiva de jogos, que evidenciou o potencial de desenvolvimento local. Dos 48 jogos inscritos da Amazônia Legal, onze são do Acre, colocando o estado em segundo lugar no ranking estadual, logo atrás do Amazonas. Este número é notavelmente expressivo e contrasta com o mapeamento de 2023 da Abragames, que indicava a existência de apenas um estúdio formal no estado. Segundo Olímpio Neto, curador da mostra, o Acre está se destacando e se tornando uma referência na região por sediar um evento que oferece tanto valor, impulsionando jogos que nasceram em game jams para projetos mais elaborados. Isso demonstra que há um talento e uma produção criativa muito mais robusta na região do que os dados oficiais anteriores indicavam.
Reconhecendo o potencial da indústria de games para a região, a abertura contou com a participação de Taciana Neto Leme, coordenadora do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional. Ela destacou que os games podem ser ferramentas cruciais de política pública para reduzir as desigualdades sociais e econômicas, visto que o mercado tradicionalmente se concentra no eixo Rio-São Paulo. O mercado de games é visto como uma economia criativa de baixo impacto ambiental e alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), sendo poderosa para atrair e engajar o público jovem, muitas vezes desinteressado em políticas tradicionais. O apoio a eventos como a Headscon é, portanto, uma estratégia para promover o desenvolvimento da Amazônia, uma região que historicamente apresenta indicadores econômicos e sociais desfavorecidos.


