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Profissão e Desafios do Açaí: A Vida de Quem Vive do Fruto da Amazônia

Há 35 anos, Sebastião da Silva se dedica à extração do açaí, fruto originário da árvore de caule fino, que hoje é consumido em diversas partes do mundo. Com habilidade e coragem, ele enfrenta os desafios diários impostos pela altura e fragilidade dos açaizeiros. Ele conta que já levou muitos tombos, mas não troca a profissão por nenhuma outra e tem orgulho de seu ofício.

Foto: Luiz Cordeiro

“Todo o processo do açaí eu conheço e todo o território acreano também. Eu já tenho essa idade toda e trabalho há 35 anos subindo em açaizeiro. Sou respeitado, sou experiente. Enquanto muitos ganham R$ 2.000, eu ganho R$ 3.000. Então, para mim, essa profissão é muito boa.”

Foto: Luiz Cordeiro

O açaí, além de ser um símbolo da culinária amazônica, é o sustento de muitas famílias. Leurismar Silva, dono de uma fábrica de processamento de açaí, enfrenta os obstáculos de um setor que depende da preservação ambiental. Ele destaca as dificuldades, especialmente durante o verão, quando queimadas e o desmatamento afetam a produção. Segundo ele, este verão tem prejudicado muito, especialmente quem sobrevive do açaí. A falta de conscientização e fiscalização por parte das autoridades tem aumentado as queimadas e derrubadas em toda a Amazônia, relata Leurismar.

Foto: Luiz Cordeiro

Ele faz um apelo às autoridades, solicitando maior fiscalização para impedir a derrubada dos açaizeiros e as queimadas, que têm comprometido não apenas o meio ambiente, mas também a subsistência de quem depende do fruto. “O açaí é consumido no mundo todo. Se não houver cuidado, ele pode acabar”, alerta o produtor.

Foto: Luiz Cordeiro

Leurismar também menciona que, diante da devastação das matas nativas, a produção tem se voltado cada vez mais para áreas cultivadas, como pequenas propriedades rurais. Contudo, o preço do açaí segue elevado, o que afeta a acessibilidade, mesmo que ainda seja possível manter a produção em atividade.

O apelo por uma produção sustentável e consciente ecoa em toda a Amazônia, lembrando que o açaí não é apenas um fruto, mas uma fonte vital de renda e cultura para a região, e a sobrevivência para muitos amazônidas.

“Este verão tem prejudicado muita gente. Nós trabalhamos com esse produto, o açaí, e é com ele que eu sustento minha família. O pessoal não tem conscientização; estão queimando, estão derrubando a mata, e isso prejudica nós que trabalhamos com esse tipo de produto. Eu queria até fazer aqui um apelo às autoridades: realizar uma fiscalização mais rigorosa para não deixar derrubar os açaizeiros, não queimar nossa mata. Isso prejudica tanto a população com essas queimadas — as crianças, todo mundo — e prejudica também quem sobrevive do açaí, como é o meu caso”, finaliza Leurismar.

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