Máquinas de costura a todo vapor, metros e metros de tecidos e linhas, que vão se transformando em bandeiras do Acre, roupas, bolsas e outros itens. Esse é o projeto de costura desenvolvido pelo Instituto de Administração Penitenciária do Estado (Iapen), na Divisão de Estabelecimento Penal Feminino de Rio Branco.

Divididas em duas equipes de cinco e trabalhando em dias alternados, dez mulheres privadas de liberdade integram o grupo que realiza a atividade. Elas cumprem jornada das 8h às 17h, com pausa de 2h para o almoço. O projeto, além de dar direito à remição de pena por meio do trabalho, também ensina um ofício, profissionalizando as detentas, para que, quando retornem à sociedade, possuam um meio de sustento.
É o caso de M.C., que aprendeu a costurar no sistema prisional há cerca de três anos. Ela conta que tem uma filha para sustentar e está prestes a progredir de pena, inclusive fazendo planos para trabalhar com costura quando sair do presídio. “A minha filha diz assim ‘mãe eu queria tanto que a senhora saísse’ e eu digo ‘me espera amor, eu vou sair’. Vou continuar trabalhando com costura lá fora; tem muita gente que precisa desse serviço”.

A policial penal Evanilza Lopes é a responsável pelo projeto. Filha de costureira, aprendeu ainda criança o ofício com a mãe e conta como é bom ver a mudança na vida das mulheres que passam pelo local. “É muito gratificante. Ter notícias delas lá fora, que tomaram um rumo diferente, que estão trabalhando. Tem uma aqui que escreveu uma carta pra mim e disse que não acreditava mais nela, mas essa oportunidade fez ela acreditar. Hoje, é uma das melhores costureiras que eu tenho”, narra.
As peças produzidas pelas internas são vendidas em feiras de artesanato e durante a Expoacre. “O valor arrecadado pela produção da costura é revertido em melhorias do próprio projeto, para se autossustentar. Vendemos as peças e compramos mais material de insumo”, explicou a chefe da Divisão de Estabelecimento Penal Feminino de Rio Branco, Maria José Souza.