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Suporte e projetos na nova Delegacia da Mulher de Rio Branco geram resultados positivos

Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher fica no Segundo Distrito de Rio Branco. Foto: Neto Lucena/Secom

Em meados de agosto, uma mulher idosa entrou na sede da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), em Rio Branco, e, ao ver uma das servidoras, começou a chorar. Rapidamente a equipe se prontificou a acolhê-la e, então, veio a surpresa.

A idosa retornou à instituição para agradecer às servidoras pelo atendimento que ali recebeu e, em especial, o suporte oferecido pela assistente social Ana Paula Gomes.

“Conversamos e ela me disse que, depois do atendimento, sua vida é outra. Ela fez o registro, o agressor saiu de casa, e hoje ela vive uma vida saudável e sem violência. Foi muito bom ver esse caso; é gratificante o retorno para a gente”, relata a assistente social.

Atendimentos especializados como o da assistente social Ana Paula Gomes garantem segurança e acolhimento às vítimas. Foto: José Caminha/Secom

Multiplicar e aperfeiçoar acolhimentos dessa natureza é o que o Estado do Acre tem buscado oferecer às mulheres recepcionadas na Deam. O incremento de pessoal e a entrega, em abril, do espaço ampliado e revitalizado, são algumas das ações bem-sucedidas no atendimento às mulheres.

“Melhoramos muito na estrutura física. A delegacia está muito acolhedora, com cada espaço pensado para que a mulher chegue e encontre um ambiente que tem uma aura diferente”, revela a delegada titular da Deam, Elenice Frez.

Nova estrutura

Com novas cores e pintura, mensagens motivacionais, quadros nas paredes e banheiros privativos, a Deam conta com projetos de incentivo e apoio como o Ei, Você Consegue!, de apoio à vítima, bem como o Closet Solidário, com roupas e kits de higiene, além da oferta de lanches rápidos individuais, com bolachas e biscoitos.

A ideia da revitalização, ampliação e implantação dos projetos idealizados pela equipe, é proporcionar, em vez de um ambiente sisudo ou pesado, um espaço acolhedor às mulheres vítimas.

Ambiente seguro e acolhedor proporciona boa receptividade no atendimento à vítima. Foto: José Caminha/Secom

“Quisemos mudar tudo isso e buscamos, de todas as formas, alcançar o objetivo. Também trouxemos itens de casa para deixar a delegacia com uma carinha mais acolhedora e acho que a gente conseguiu. Tem sido bastante significativo”, conta Elenice.

Dados de atendimentos

Em média, dez mulheres são atendidas na Delegacia Especializada todos os dias. De 1º de janeiro a meados de agosto, 1.083 inquéritos policiais foram instaurados. O número representa quase 1.176 inquéritos instaurados durante o ano de 2022.

O aumento no número de atendimentos, segundo Elenice, deu-se após a entrega da estrutura física revitalizada, o incremento de pessoal e a volta do plantão 24h. “O atendimento melhorou, a demora diminuiu e retomamos o plantão. Então, é natural que o resultado seja a procura maior pelo serviço”, analisa.

Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher conta com profissionais capacitadas para atender as vítimas. Foto: cedida

“Desde abril [quando houve a entrega da revitalização], lavramos 152 autos de prisão em flagrante, em poucos meses. A média é de um a dois homens presos em flagrante, diariamente”, acrescenta.

Denuncie a violência contra a mulher

Atualmente, há três formas de denunciar a violência física, psicológica ou patrimonial contra a mulher. A primeira é o registro feito pela própria vítima. Nesse caso, são apresentadas todas as medidas protetivas oferecidas na Lei Maria da Penha.

Deam recebe denúncias feitas pelos canais de atendimento da Polícia Militar 190, Central de Atendimento à Mulher 180 e Disque 100. Foto: Neto Lucena/Secom

A segunda forma de denúncia é feita quando a Polícia Militar leva a vítima até a delegacia. E a terceira forma é quando a vítima não está fortalecida o suficiente para fazer a denúncia e um terceiro faz o registro por ela nos canais da Polícia Militar 190, Central de Atendimento à Mulher 180 ou Disque 100.

Delegada Elenice Frez relata bons resultados na prestação de serviços às vítimas de violência. Foto: José Caminha/Secom

“Esse é o maior diferencial que temos hoje. Como a equipe plantonista atende todas as mulheres que chegam até a delegacia, a equipe de investigação está tendo a possibilidade de buscar cada uma dessas mulheres que ainda não tiveram coragem de vir aqui. Conseguimos ajudar muitas delas, tirar da situação de violência e encorajar”, comemora Elenice.

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