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Mais de 80% dos foliões de Rio Branco estão solteiros, diz pesquisa

O trecho do clássico carnavalesco “Sou Praieiro”, da banda Jammil e Uma Noites, talvez deva ser o lema de, pelo menos, 86% dos rio-branquenses solteiros que irão pular o Carnaval durante as cinco noites de folia na capital. Pelo menos isto é o que aponta um levantamento feito pelo boletim econômico do Fórum Empresarial de Inovação e Desenvolvimento do Acre, divulgado na última semana.

O estudo, que traça o perfil dos foliões, foi feito em parceria com os economistas da Fundação de Apoio e Desenvolvimento ao Ensino, Pesquisa e Extensão Universitária no Acre (Fundape). Cerca de 500 pessoas foram entrevistadas entre os dias 8 e 14 de janeiro em pontos de fluxos de Rio Branco, pela manhã, tarde e noite.

Além de apontar quem, de fato, se interessa em curtir o Carnaval, o levantamento traça ainda dados sobre quanto os foliões estão dispostos a gastar e as características socioeconômicas das pessoas.

“Precisamos compreender o carnaval não somente como uma festividade. Ele é uma oportunidade singular de movimentar a economia da cultura e do turismo de forma expressiva. É preciso criar uma estratégia de curto, médio e longo prazo que consiga atrair investimentos privados, para aumentar a disponibilidade de bens e serviços neste período”, diz o estudo.

Perfil do folião

O estudo destaca que, aproximadamente, 73 mil pessoas devem brincar o Carnaval, o que equivale a 30,20% da população entre 15 e 59 anos. Dentre este total, 86% estão solteiros. Sobre escolaridade, mais de 67% têm ensino médio completo.

Além disto, pessoas pardas e brancas compõem a maioria absoluta dos foliões, pois 85,14% e 80,82% das mulheres e homens declaram-se pardos(as) ou brancos(as), respectivamente.

O rendimento mensal, por sua vez, fica em média:

  • Masculino: R$ 2.740,12
  • Feminino: R$ 2.598,30

Outro tópico que deve-se destacar é sobre a disposição e quantidade de dias os quais os foliões devem participar das festividades carnavalescas. No geral, os dias preferidos são sexta-feira, sábado e domingo, o que contabiliza três dias.

Eventos privados e gratuitos

No tocante a eventos privados, tem-se pelo menos 14 mil pessoas dispostas a consumir eventos associados ao carnaval. Em média, o estudo diz que as pessoas estão dispostas a pagar até R$ 65 em um ingresso de uma festa privada.

“Tem-se aqui uma ótima oportunidade de negócio para empresas, pois existe um contingente não negligenciável de consumidores ávidos a consumir: a. bailes de carnaval; b. trios elétricos; c. festas em bares; d. desfiles de blocos e escolas de samba e, e. outros tipos de eventos. É importante destacar que este público potencial tende a oscilar em função de políticas de marketing institucional e privada”, frisa.

Destaca-se, ainda, que em razão da gratuidade, as festas públicas costumam atrair mais foliões. Por conta disto, há a previsão de, aproximadamente, 19 mil pessoas que devem participar. Mas, o Fórum Empresarial diz que os números podem ser bem maiores, “pois à medida que os consumidores dos eventos carnavalescos observam uma maior oferta de eventos antes e durante o carnaval, sua disposição a participar dos eventos e gastar mais tende a aumentar”.

Gastos e estimativas de lucro

A pesquisa pontua que cerca de 60 mil brincantes são potenciais consumidores, mas não se sentem contempladas com as ofertas. Dentre este número, são 40 mil que têm necessidades atendidas parcialmente e mais de 19 mil que não têm.

Agora, sobre a disposição em gastar, a média fica em R$ 134,74 entre alimentação, transporte, salão de beleza e bebidas. O menor valor ficaria em R$ 30 e o maior, em R$ 160. “Muito embora do ponto de vista numérico exista uma diferença dos gastos entre homens e mulheres, estatisticamente não existe diferença entre a média de consumo masculina da feminina, ou seja, homens e mulheres gastam o mesmo valor”, complementa.

Já sobre a estimativa de arrecadação ao longo de, pelo menos, três dias de folia, os gastos ficaram entre R$1,66 milhões e R$ 35,2 milhões. “Contudo, acreditamos que a disposição a consumir no período carnavalesco deve oscilar entre R$ 14,81 milhões e R$ 22,22 milhões”, ressalta.

No final do estudo, os pesquisadores ressaltam que a ausência de um viés econômico mais profissional na parceria público e privado entre os agentes econômicos acreanos que participam da organização do carnaval impacta de forma decisiva no evento. Contudo, é notada a ausência de elementos norteadores que transformem o feriadão de carnaval em um evento econômico cultural no cenário acreano.

“Enfim, precisamos compreender o carnaval não somente como uma festividade. Ele é uma oportunidade singular de movimentar a economia da cultura e do turismo de forma expressiva. É preciso criar uma estratégia de curto, médio e longo prazo que consiga atrair investimentos privados, para aumentar a disponibilidade de bens e serviços neste período”, finaliza.

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