De acordo com dados da Defesa Civil de Rio Branco, o maior nível foi marcado no dia 3 de julho, quando o rio chegou a 1,86 metro.
O acumulado de chuvas também preocupa. Somente nesse domingo (7) foi registrada a primeira chuva do mês, com 58,6 milímetros em 24h. Confira as medições por dia conforme o monitoramento da Defesa Civil Municipal:
- 1º de julho – 1,77 metro
- 2 de julho – 1,79 metro
- 3 de julho – 1,86 metro
- 4 de julho – 1,78 metro
- 5 de julho – 1,75 metro
- 6 de julho – 1,75 metro
- 7 de julho – 1,82 metro (58,6 mm de chuva)
- 8 de julho – 1,75 metro
Chuvas abaixo do esperado em junho
O acumulado de chuvas em Rio Branco durante todo mês de junho não passou de 21,1 milímetros. O número representa apenas 34% do total esperado, que era 62 milímetros. A informação foi divulgada pela Defesa Civil Municipal nesta segunda-feira (1º).
Sem chuvas, o nível do Rio Acre na capital marcou 1,79 metro nesta terça (2). Ainda segundo o órgão municipal, choveu apenas três vezes na capital acreana durante junho: no dia 21, na última quarta (26) e neste domingo (30). O Rio Acre perdeu 85 centímetros de lâmina d’água durante o período.
A Defesa Civil de Rio Branco destacou também que a chuva mais significativa foi no dia 26, quando choveu 19,2 milímetros.
Contingência
O governo do Acre montou um gabinete de crise para discutir e tomar as devidas medidas com redução dos índices de chuvas e dos cursos hídricos, bem como do risco de incêndios florestais. O decreto com a criação deste grupo foi publicado na última quarta-feira (26), em edição do Diário Oficial do Estado (DOE), e fica em vigência até dia 31 de dezembro deste ano.
O Acre decretou, no dia 11 de junho, emergência ambiental por causa da redução da quantidade de chuvas e riscos de incêndios florestais. O decreto de nº 11.492 foi publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) e é válido para os 22 municípios acreanos.
Emergência climática
O estado também decretou emergência, no dia 11 de junho, com validade até o fim deste ano. O decreto aponta para o baixo índice de chuvas para o período, aumento das temperaturas e queda nos percentuais de umidade relativa do ar, além do alerta para possível desabastecimento.
O coordenador estadual da Defesa Civil, coronel Carlos Batista, disse que o Rio Acre, principal afluente do estado, estava com uma média de vazante de 5 centímetros por dia, e que há chances de ocorrer chuvas. No entanto, são rápidas e passageiras, o que pode contribuir para que cotas mais baixas sejam registradas também neste mês de julho.
“Tem uma previsão de temperaturas mais altas durante esse período, então o somatório disso tudo é a vegetação mais seca e aí vem uma maior probabilidade de incidência de incêndios florestais. Quando se deflagra o incêndio florestal, a tendência é de se propagar com maior rapidez. Temos redução dos mananciais e com essa redução dificulta um pouco a captação de água. Então, há todo esse problema na agricultura, na pesca”, complementou.
Ainda segundo Batista, um plano estadual de contingenciamento foi elaborado para este período de seca. “Toda a estrutura da Defesa Civil Estadual, todo o sistema estadual do órgão está de prontidão. Já temos o nosso plano de contingência elaborado, anexo a esse plano, o plano das 22 coordenadorias municipais de Defesa Civil para o enfrentamento dessas ações”, concluiu.
Seca antecipada
Pouco mais de dois meses após o Rio Acre, em Rio Branco (AC), alcançar a segunda maior cota histórica e atingir mais de 70 mil pessoas com uma enchente devastadora, o manancial chegou a ficar abaixo dos 4 metros desde o início de abril.
A situação alerta para a possibilidade de um período de seca que, segundo especialistas, pode se antecipar e se tornar cada vez mais frequente em um menor espaço de tempo.
É preciso entender ainda que as chuvas na região precisam estar dentro da normalidade para o rio poder correr normalmente, o que não está sendo o caso do Rio Acre.